sábado, 30 de janeiro de 2010

Propriamente amor

Amar, como diria Mário de Andrade, é um verbo intransitivo. Essa intransitividade, não se atém apenas às questões gramaticais, mas às ideológicas. O amor não acontece simplesmente em um sentimento que se sente pelo próximo, pois amar transcende qualquer definição que se tente fazer. Entretanto é possível detectar sua origem e senti-lo em sua forma mais pura e transmiti-lo ao outro.

Esse amor encontra-se dentro de nós mesmos, chamado amor próprio. O amor, mas não aquele com que Narciso morreu ou fez governantes matarem para se defender, e sim aquele em que nos colocamos como seres importantes no ambiente social em que vivemos, em que gostamos do que somos e do que temos e acreditamos na nossa potencialidade de atingir metas e realizar sonhos.

Um amor que nos leve ao autoconhecimento, como diria Sócrates “Conhece-te a ti mesmo”, a ponto de que tomemos consciência de nossa imperfeição e que estamos em constante crescimento... Só com uma autoconsciência poderíamos saber o que poderíamos fazer e aquilo que não nos servisse para um projeto de vida.
Primeiramente, amar a si mesmo para depois pensarmos em seguir o preceito religioso: “Amar o próximo como a si mesmo”!

(Mara Oliveira)