domingo, 29 de abril de 2012

Castelo de Pedra



              No Castelo de Pedra vivia um coração, onde ninguém tinha acesso, pois era trancado e ninguém sabia quem portava a chave.
               Com o tempo, as construções desse Castelo ruíram e o coração aflito estava à mercê de qualquer um que quisesse ter acesso a ele. Sem proteção, poderia ser atacado a qualquer momento.
            Desprotegido, o coração resolveu interagir com aqueles que transitavam no lugar, mas já era tarde, porque a velhice chegou e as forças já se esgotavam. Não tinha forças nem para ao menos  terminar a única frase que tentou dizer em toda sua vida.
           Não faltavam apenas forças... Por jamais ter usado as palavras para qualquer momento (oportunidade), discursar/falar tornou-se uma atividade inatingível para o coração (seria a primeira vez a exercitar). Como uma criança que pronuncia as primeiras palavras, o coração tentaria o mesmo ato - agora já bastante velho-, só que sem ninguém para ajudá-lo (auxiliá-lo)...

           Assim, em silêncio, triste e sozinho falece o pobre coração. 

                                                                                                                               (Mara Oliveira)


sábado, 28 de abril de 2012

Love Fast Food II

Mais uma vez:
 o “rolo” se machucou,
o namoro adoeceu,
o casamento morreu.

Mais uma vez: tudo acabou.

Enferma, em cacos, depredada, arrasada, tenho de me conformar com a dolorida solidão.
Não se trata de apenas estar só, pois nascemos sós e morremos da mesma forma.
A questão é não conseguir ser ainda mais feliz com alguém que não meramente me complete, mas que me ajude a ser mais do que fui ou poderia ser e que eu possa fazer o mesmo por ele.
A tristeza reside no fato de não me encontrar espiritualmente com o outro que transcenda quaisquer expectativas e possíveis explicações.

The Love Fast Food seems perfect because we could find someone special but we hurt us instead…

Tudo acabou e algumas vezes nem chegou a começar…
Na tentativa de não me envolver e de me privar de uma possível desilusão, saí mais despedaçada ainda, pois não dei chance às oportunidades que surgiram e jamais saberei se poderia ter dado certo...

Não me arrependo, tenho de ser forte, racionalidade acima de tudo - o emocional tem de se acalmar... Estar só agora não é uma opção, mas sim uma decisão. Decisão passível  de interposição de recursos, com certeza! rs

(Mara Oliveira)