No
Castelo de Pedra vivia um coração, onde ninguém tinha acesso, pois era trancado
e ninguém sabia quem portava a chave.
Com
o tempo, as construções desse Castelo ruíram e o coração aflito estava à mercê
de qualquer um que quisesse ter acesso a ele. Sem proteção, poderia ser atacado
a qualquer momento.
Desprotegido,
o coração resolveu interagir com aqueles que transitavam no lugar, mas já era
tarde, porque a velhice chegou e as forças já se esgotavam. Não tinha forças nem para ao menos terminar a única frase que tentou dizer em toda sua vida.
Não
faltavam apenas forças... Por jamais ter usado as palavras para qualquer
momento (oportunidade), discursar/falar tornou-se uma atividade inatingível
para o coração (seria a primeira vez a exercitar). Como uma
criança que pronuncia as primeiras palavras, o coração tentaria o mesmo ato - agora já bastante velho-, só que sem ninguém para ajudá-lo (auxiliá-lo)...
Assim, em silêncio, triste e sozinho falece o pobre coração.
(Mara Oliveira)
Assim, em silêncio, triste e sozinho falece o pobre coração.
(Mara Oliveira)